A sociedade brasileira vive um momento de crise aguda, uma crise que afeta gravemente a saúde e o emprego do seu povo, além do meio ambiente onde vive. A fome se alastra e a violência ameaça todos e, em especial, os mais vulneráveis. Esse seria, pois, o momento em que os poderes instituídos pela Constituição Federal de 1988 deveriam unir esforços no sentido de superar tamanha crise social e econômica. Entretanto, o que se viu e ainda se vê nesse período de longa pandemia é o Poder Executivo federal caminhar no sentido oposto ao que é necessário e urgente, abdicando de seu papel de buscar soluções, para, ao invés, transgredir leis e ameaçar uma sociedade já tão fragilizada pelo momento tormentoso que passa e com o luto coletivo em que está mergulhada.
O povo brasileiro está horrorizado diante da escalada de ameaças ao Estado democrático e às liberdades sociais e políticas, vindas de integrantes do Palácio do Planalto e das Forças Armadas.
Dia após dia, verbalizam eles seu desprezo pela democracia e atentam contra as demais instituições do Estado brasileiro. Recentemente o Senado Federal e o Tribunal Superior Eleitoral tiveram que se manifestar contra essa verborragia autoritária e ameaçadora vinda dessa gente que ainda não aprendeu a conviver numa sociedade livre.
Nós, espíritas progressistas, reunidos em diversos grupos, associações e coletivos pelo Brasil, reiteramos nossos valores de luta por uma sociedade na qual a justiça social e a liberdade plena sejam conquistas permanentes. Nesse grave momento, conclamamos as diversas instituições de Estado, em todas as esferas de poder, a se manterem fiéis aos princípios constitucionais e unirem-se no sentido de garantir a completa apuração dos fatos que levaram à morte de mais de meio milhão de brasileiras e brasileiros; e de garantir a condução do processo eleitoral previsto para o próximo ano, sem sobressaltos e sem ameaças. E, assim, possam assegurar ao povo a esperança de
dias melhores, com a superação das crises que nos assolam.
Há um longo caminho a ser percorrido para construirmos uma sociedade mais justa e igualitária, mas não podemos mais retroceder os passos que já tínhamos dado nesse sentido. Que todos os brasileiros e brasileiras conscientes, que estejam em cargos nas esferas dos poderes executivo, judiciário e legislativo possam ter coragem e empenho, para agirem no sentido de garantia de nossos direitos fundamentais e da democracia.
Assinam esse documento os seguintes coletivos, associações e grupos:
ABPE – Associação Brasileira de Pedagogia Espírita
Abrepaz – Associação Brasileira Espírita de Direitos Humanos e Cultura de Paz
Ágora Espírita
Blog Livre Pensadora
Cejus – Coletivo de Estudos Espiritismo e Justiça Social
CEPA – Associação Espírita Internacional
CEPABrasil – Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA
Cetrans – Coletivo espírita pela transformação social
CPDoc – Centro de Pesquisa e Documentação Espírita
EàE – Espíritas à Esquerda
Espíritas Progressistas
Girassóis – Coletivo Girassóis, Espíritas pelo Bem Comum
Brasil, 12 de julho de 2021